Na contramão dos gurus atuais da comunicação e publicidade, uma importante constatação partiu da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA) e da Informa/FNP, em que atesta o papel das revistas especializadas como fonte de informação dos produtores rurais.
Um em cada quatro produtores rurais do Brasil lê revistas especializadas periodicamente para se informar e se atualizar tecnicamente. Os dados são da 7ª Pesquisa Hábitos do Produtor Rural, da ABMR&A. A pesquisa também mostra que esse percentual pode ser superior em determinadas regiões.
É o caso dos rizicultores do Rio Grande do Sul: 59% deles destacam as revistas como os veículos de comunicação preferidos. Esta e outras informações que mostram as revistas como importante plataforma de comunicação do setor rural foram destaques na reunião da diretoria da ABMRA com representantes das revistas agropecuárias, realizada em São Paulo.
Participaram dirigentes das revistas Feed&Food, Cães & Gatos, C&O Agronegócio, Balde Branco, A Granja, AG do Criador e A Granja Kids, além dos anuários Anualpec e Agrianual.
“A comunicação é dinâmica. As mídias digitais estão aí para agilizar a divulgação de conteúdos, porém, é inegável a relevância das revistas agro”, reconhece Jorge Espanha, presidente da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio. Segundo ele, é importante a integração de todos os veículos de comunicação (impressos, eletrônicos e digital).
A pesquisa – feita com 2.835 produtores rurais em 15 estados – mostrou que 27% dos produtores entrevistados leem revistas pelo menos uma vez por mês, informou Marcelo Claudino, diretor da Informa, responsável pela pesquisa. Ele descreveu em detalhes todo o processo de concepção, pesquisas a campo e tabulação do conteúdo.
“Por levarem informação, conhecimentos técnicos e de negócios e por deixarem o leitor mais tempo em contato com os seus conteúdos, as revistas segmentadas do agro permitem que os anunciantes usufruam de um meio que lhes transfere valor e mantêm as suas mensagens publicitárias mais tempo em exposição ao seu público-alvo”, complementou Ricardo Nicodemos, vice-presidente da ABMRA e coordenador da pesquisa, reforçando que “as revistas do mercado agro compõem o bom mix de comunicação e tornam as campanhas publicitárias completas”.
“Em âmbito nacional, as revistas são preferidas por 4 a 5% dos brasileiros. Quando trazemos para o agronegócio, esse percentual sobe para 27%. É bastante representativo”, assinala Denis Delli, diretor da revista C&O Agronegócio.
Marianna Correa, diretora da revista Balde Branco, entende que o detalhamento da preferência dos produtores rurais por estados é fundamental para fortalecer as revistas entre os principais meios de comunicação. “Minha revista tem várias décadas de mercado e é conhecida por todos os produtores de leite. Isso faz muita diferença”, disse.
José Vicente Ferraz, diretor da Informa/FNP, que edita os anuários Anualpec e Agrianual, concorda. Ele assinalou que o conteúdo editorial, característica básica das publicações impressas, é cada vez mais valorizado pelos produtores rurais. “Eles buscam informação nas fontes que mais confiam”.
Esse aspecto também foi lembrado por Cida Muniz, gerente comercial da Editora Centaurus, que edita as revistas A Granja, AG do Criador e A Granja Kids. “O exemplo do Rio Grande do Sul confirma que a realidade das revistas é diferente de estado para estado, sendo mais forte em regiões com produção agropecuária forte”.
Osvaldo Ciasulli, diretor das revistas Feed&Food e Cães & Gatos, citou o dinamismo do mercado e da comunicação para defender estratégias criativas para “fortalecer as marcas e atrair a atenção dos parceiros comerciais e leitores, nossos alvos prioritários”.
“A importância da comunicação de precisão no agro vem otimizar recursos e ampliar o impacto da mensagem e conteúdo, quando usado de forma estratégica. Por isso, a 7ª Pesquisa Hábitos do Produtor Rural proporciona uma segmentação efetiva dos públicos a ser atingidos”, conclui Jorge Espanha.
A Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio e as revistas agropecuárias vão estudar formas de trabalho em conjunto para valorizar o trabalho de comunicação realizado pelas publicações e os demais meios de informação ao campo.